O Governo de Minas deu mais um importante passo na transparência dos dados e das políticas públicas executadas na área da segurança.
O Estado é um dos pioneiros do país a publicar Anuário de Segurança Pública próprio. Um estudo detalhado e com análises profundas do cenário da criminalidade, sistema prisional, socioeducativo, atuação integrada das forças de segurança, entre outras variáveis que compõe a rotina da defesa da população.
O documento foi produzido pelo Observatório de Segurança Pública da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) , com apoio dos Centros Integrados de Informações da Polícia Militar (PM) , da Polícia Civil (PC) e do Corpo de Bombeiros Militar e de outras áreas da Sejusp.
As informações detalhadas apontam, por exemplo, análises geoespaciais de crimes, perfil de vítimas e autores, meios utilizados, motivações, entre outros.
O estudo trata ainda de crimes contra públicos específicos, com análises relacionadas a racismo, injúria racial, violência doméstica, feminicídio e crimes com causa presumida LGBTQIA+fobia.
Análises
O ano base recorte da pesquisa é 2023, com comparações ao ano de 2022 e, em alguns casos, série histórica estendida. São mais de 200 páginas, 109 tabelas e 98 gráficos para dar total transparência ao que ocorre no cenário da Segurança Pública em Minas Gerais.
“Todas as análises apontadas no anuário sempre foram base na nossa construção de políticas públicas, mas, agora, estamos abrindo esse material para toda a população, pesquisadores e demais interessados no tema", destacou o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Rogério Greco.
Ele explica ainda que o anuário representa um avanço muito grande no sentido de transparência governamental.
"São dados muito detalhados e um estudo muito bem-feito para mostrar como estamos trabalhando pela segurança e sensação de segurança dos mineiros”, acrescentou.
Crimes violentos
O anuário mostra queda de 12,7% nos crimes violentos no território mineiro, em 2023 comparado com 2022, com as ocorrências passando de 36.527 para 31.904. Os crimes violentos são um pacote de 13 crimes ( veja todos aqui ) que inclui, por exemplo, a soma de homicídios tentados e consumados, roubos e estupros consumados e tentados.
Apesar da maior concentração desse conglomerado de crimes (8.977), Belo Horizonte, correspondendo à Região Integrada de Segurança Pública 1, teve redução de 6,9%. Entre todas as 19 regiões do estado, apenas duas tiveram aumento, mesmo assim, inferior a 2%: Governador Valadares (+0,76%) e Poços de Caldas (+1,67%).
Como esperado, o uso de arma de fogo foi o principal meio utilizado para a prática de crimes violentos em 2022 e 2023. Mas há uma importante redução percebida, de 19,5%, no uso desse meio no ano passado. Ao mesmo tempo, chama a atenção o aumento de 37,3% no uso de oferecimento de vantagem à vítima, como uma vantagem econômica, por exemplo, para atração e prática dos delitos.
Analisando o perfil, 57,2% das vítimas de crimes violentos são homens e 40,8 são mulheres. No recorte idade, 34,3% têm entre 20 e 29 anos e 20%, entre 30 e 39 anos. Mais de 25% possuem o ensino médio completo e, 13,2%, ensino fundamental incompleto. A maioria é parda, segundo autodeclaração, seguida da cor branca.
A Sejusp vai publicar uma série de matérias com os principais pontos do estudo a partir desta terça-feira (10/9). Acompanhe.
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